Numa altura em que a nação cabo-verdiana se prepara para debater o segundo estado da nação com o actual governo e com toda a expectativa criada em torno da melhoria do país, na prática, se traduz num retrocesso: grandes perdas para a juventude cabo-verdiana.
Enquanto Presidente da Juventude do PAICV importa fazer esta intervenção e análise dos principais problemas que afetam a nossa juventude e que exigem uma resolução imediata para inverter o panorama actual.
A primeira questão que afecta a Juventude é a falta de emprego. A situação actual do desemprego é preocupante. Estamos perante factos inadmissíveis. Em 2016 o desemprego registou um aumento para 15% em relação aos 12,4% do ano anterior. O que quer dizer que, hoje, temos mais de 9.000 cabo-verdianos no desemprego. Este pormenor ganha maior evidência ao termos a consciência clara que o desemprego na camada jovem ultrapassou os 30% com a agravante de que temos cada vez mais jovens com formação pós secundária, superior e universitária no desemprego.
A JPAI, enquanto uma juventude partidária séria, analisa estes factos com uma postura responsável mas também com muita apreensão e preocupação.
O rosto do desemprego em Cabo Verde, infelizmente, é jovem e a falta de solução para sua empregabilidade condigna traz-nos riscos e preocupações sérias.
Nós da Juventude do PAICV, não percebemos e não entendemos o porquê do Governo não ter na sua orgânica nenhuma entidade que se responsabilize, de forma directa, pela juventude do país, sabendo que é a que mais problemas enfrenta.
POR ISSO:
Pedimos ao Governo para que não poupe esforços de modo a que no orçamento de estado de 2018 a juventude seja contemplada e que hajam assim medidas de fundo que fomentem a Empregabilidade Jovem.
Outra questão, que está fortemente ligada à juventude tem a ver com as expectativas criadas aos jovens quadros no acesso transparente, em condições de igualdade e por mérito aos cargos superiores da administração pública.
Estranhamos quando uma das primeiras medidas deste governo foi precisamente a de acabar com os concursos públicos e adoptar a regra de nomeação por confiança, deitando assim abaixo a possibilidade de todo e qualquer jovem cabo-verdiano poder ambicionar exercer cargos, de responsabilidade na função pública e contribuir para o desenvolvimento do país.
Estranhamos mas demos tempo, para que o governo reconsiderasse, analisasse o caminho e que pudesse apresentar uma proposta lei de concurso púbico à nação. Passados 15 meses de governação, não concretizou este mecanismo de garantia de oportunidade para todos, defraudando, desde modo, as expectativas dos jovens cabo-verdianos, olhando apenas para um lado. Ou seja o lado da juventude que esta afecta ao partido no poder e aos familiares de altos dirigentes do partido que sustenta o governo.
Por causa das promessas de campanha, as expectativas dos jovens com relação ao Governo eram elevadas. Mas, infelizmente, no momento que se analisa mais um estado da nação, entendemos que juventude de Cabo Verde não tem motivos para sorrir, pois os compromissos simplesmente foram esquecidos.
Já não se fala em bolsas de estudo para a juventude universitária, em especial para os jovens com menos possibilidades; a formação profissional deixou de ser uma prioridade, assim como caiu em esquecimento o ensino obrigatório e gratuito até o 12o Ano de escolaridade, que foi uma das principais promessas de campanha.
Depois de dois orçamentos de Estado nenhum jovem foi contemplado com a isenção de propinas, quando se prometeu durante as campanhas o não pagamento das propinas até o 12.º Ano de escolaridade.
Para muitos dos nossos jovens professores em inicio de carreira, a maioria o primeiro emprego, vivem com incerteza do futuro, já que têm contratos extremamente precários, indo contra as recomendações das Nações Unidas, sobre o trabalho digno para todos.
Por tudo isto, e numa análise objetiva, a JPAI considera que o Estado da Nação em matéria da juventude é francamente mau.
É neste sentido que como líder desta organização politica de esquerda moderna e progressista, nos disponibilizamos para diálogos necessários e que se impuserem, com vista a obtenção de ganhos efetivos para juventude cabo-verdiana.
A nossa causa é Cabo Verde, a nossa causa é a Juventude cabo-verdiana!
Fidel Cardoso de Pina - Presidente da JPAI Nacional