“A integração é, sem dúvida, o maior problema dos emigrantes cabo-verdianos em Portugal e, provavelmente, em muitos outros países de acolhimento. Nessa missão, assim como nas outras que já fiz pude estar em contacto com as autoridades portuguesas, particularmente com os Deputados do Partido Socialista (PS), e vim de Portugal com a garantia do Grupo Parlamentar do PS de que, nos próximos dias, dará entrada a uma iniciativa, no Parlamento, sobre esta matéria”, avançou hoje, em Conferência de Imprensa, a Presidente e Líder do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Janira Hopffer Almada.
Janira Hopffer Almada informou também que a missão, que decorreu de 8 a 10 do corrente mês, teve duas vertentes, uma dedicada às comunidades, particularmente os residentes na Linha de Sintra e em Oeiras, e outra dedicada às estruturas partidárias e foi “muito positiva”. Sobretudo, porque “a Diáspora faz parte da Nação global e, portanto, faz todo o sentido ausculta-la, ouvi-la, debater com ela as questões mais importantes do país para poder envolve-la nas decisões que são tomadas na perspetiva de construção dos melhores caminhos para Cabo Verde”, acrescentou.
As visitas e os encontros realizados permitiram tomar pulso aos problemas que mais têm afligido os cabo-verdianos que escolheram Portugal como país de acolhimento, uma vez que, a “perspetiva do PAICV é a de colocar os interesses do país e dos cabo-verdianos e podermos falar com os nossos países parceiros a uma única voz”, esclareceu a Líder Tambarina.
Janira Hopffer Almada apontou ainda como demais problemas dos cabo-verdianos, residentes em Portugal, a questão dos transportes, “verificando-se grandes constrangimentos na ligação da Diáspora com a terra-mãe”, dos serviços consulares, das alfândegas e da integração, ou seja, da legalização dos cabo-verdianos residentes em Portugal que, neste momento, representam a segunda maior comunidade estrangeira naquele país.
Extremamente preocupada com os contratempos no setor dos transportes, a Presidente do PAICV exortou o Governo a ter em conta nas medidas de política a Diáspora cabo-verdiana e a sua ligação à terra-mãe. “Não é admissível que se decrete mudança ou a criação do hub aéreo numa ilha sem ter em conta os impactos positivos ou negativos que essa decisão possa ter na vida dos cabo-verdianos, em geral, e dos emigrantes, em especial”, criticou.
Relativamente aos serviços consulares e das alfândegas recomendou ao governo a “acelerar as reformas que vem anunciando desde o início do mandato para garantir mais agilidade, mais eficiência na prestação do serviço público para os nossos emigrantes e crie um quadro de previsibilidade que dê garantias, com transparência e garanta o rigor aos emigrantes nas alfandegas quando queiram trazer os seus bens para o país natal”.