A data do 20 de Janeiro é de um significado muito profundo e único para as cabo-verdianas e cabo-verdianos, lá onde se encontrarem e a sentirem-se orgulhosos da sua Nação.
É que Amílcar Cabral foi assassinado por ter sido o grande mentor dos sucessos construídos na luta épica pela afirmação da nossa condição de povo e de Nação.
Após muitas vitórias nas diferentes frentes da luta de libertação, perante o limiar da realização dos sonhos dos cabo-verdianos sob a sua visionária liderança, para o regime colonial-fascista na altura vigente em Portugal, era preciso eliminá-lo.
Durante séculos soubemos edificar os referenciais da nossa terra, num feliz entrosamento entre culturas e o chão de umas tantas ilhas, erguemos uma identidade única e una, afirmada na dimensão universal das civilizações.
No génio da sua inteligência, dos seus vastos saberes, do seu humanismo apurado, do correto domínio do conhecimento da política e do seu seguro patriotismo, AMÍLCAR CABRAL soube alcançar e bem interpretar a dimensão da cabo-verdianidade, para compreender que era necessário nos apropriarmos da grandeza da liberdade, na sua condição elementar e multidimensional, pois a liberdade é ter uma Pátria e pertencer a uma Nação, é ter direitos e deveres, é poder pensar e agir por si próprio, é ter acesso ao conhecimento e ser capaz de enfrentar as incertezas que a humanidade nos coloca no dia-a-dia, é saber que a verdade se encontra no futuro e que o futuro está nas mãos dos jovens.
O domínio colonial e fascista a que estivemos submetidos fez-nos escravos de outros, tentou levar-nos à perda de autonomia individual e coletiva, levou-nos, muitas vezes, à angústia do anquilosamento e de sentimentos de depressão, tentou subverter os nossos entusiasmos e instintos cabo-verdianos, e quis tornar-nos menores e alienar-nos.
Mas a grandeza do pensamento e da ação de AMÍLCAR CABRAL, fez-nos compreender que somos aptos a determinar a constância do desenvolvimento, de aviar a história, de aceder ao progresso e ao avanço da ciência e da tecnologia, e que chegara o momento de assumirmos o nosso destino, executando os nossos desígnios.
Com AMÍLCAR CABRAL acreditamos na nossa inteligência para inverter e transformar a nossa condição.
AMÍLCAR CABRAL lutou e foi assassinado por ter acreditado que, hoje, poderíamos votar e escolher os nossos governantes, por nós próprios nos pronunciarmos e ditarmos as políticas do nosso querer e do nosso desenvolvimento!
Com AMÍLCAR CABRAL cultivamos relações de amizade e de cooperação com países por esse mundo fora, Cabo Verde passou a ser respeitado por povos, nações e por organizações internacionais de vária índole, e, de forma exemplar, começamos a praticar a democracia.
Hoje, como ontem, e todos os dias somos guiados pela atualidade da visão de AMÍLCAR CABRAL!
Nesta data do 20 de Janeiro, estendemos os nossos sonhos a todos aqueles que já partiram desta vida terrena, para o nosso culto ser assertivo, palestrando com quantos Combatentes da Liberdade da Pátria tiveram o invejável privilégio de, com ele, partilhar os feitos da sua vida, conferindo-nos também o privilégio de com eles poder contar para escutarmos o seu encorajamento e certeza no sempre tempo cabo-verdiano, sonho de todas as gerações.
Hoje é dia do Fundador da nossa Nacionalidade, dia ímpar para a exaltação de AMÍLCAR CABRAL, para rendermos homenagem à sua memória e gratidão pelo que de mais sagrado ele nos legou:a certeza de sermos cabo-verdianas e cabo-verdianos.
Com humildade e singelo respeito estaremos hoje, enquanto Militantes do PAICV, com os Combatentes da Liberdade da Pátria, para prestarmos tributo aos Heróis Nacionais, para nos inspirarmos no seu exemplo e fortalecermos esta luta permanente, em cada tempo com novas exigências e novos desafios, na atualidade do pensamento e da obra de AMÍLCAR CABRAL.
Com AMÍLCAR CABRAL, com os Distintos Combatentes da Liberdade da Pátria, hoje e sempre, somos as realizadoras e os realizadores do filme da nossa história passada, presente e futura.
HONRA E GLÓRIA À MEMÓRIA DE AMÍLCAR CABRAL!
