SÃO VICENTE: JOÃO DO CARMO PEDE AO PRIMEIRO-MINISTRO QUE OLHE PARA A ECONOMIA DA ILHA

Recentemente, no âmbito das visitas ao círculo que nos elegeu e, lamentamos dizer que as noticias que trazemos não são as melhores. Comparando com as soluções prometidas, vislumbra-se um caminhar precisamente no sentido contrário. O lento crescimento económico, a eminência de despedimento de trabalhadores, o abandono dos compromissos com as atividades marítimas, a despromoção da competitividade, são evidências preocupantes. 
 
As eleições legislativas de 2016 foram fortemente marcadas por um insistente discurso baseado em promessas de resolução de todos os problemas que afligiam os cabo-verdianos. A máquina do então partido da oposição empolou as dificuldades estruturais e desvalorizou os reais investimentos feitos pelo governo do PAICV que vinham sendo empreendidas numa perspectiva de desenvolvimento sustentável.
 
A Juventude São Vicentina que, iludidos pelas promessas que até ainda não se vislumbram um sinal de cumprimento, começam a demonstrar desalento e desencanto. 
 
As muitas oportunidades prometidas aos jovens, estão numa clara inversão de sentido a cada dia que passa.
 
Ao invés da geração de mais empregos, o que se sente, neste momento, é o receio de algumas dezenas de trabalhadores, seja no sector público, seja em unidades fabris, irem para o desemprego.
 
Os novos projectos ligados ao mar não decolam. 
 
Vejamos o que diz o programa do governo do MPD nas páginas 40 e 41. No documento, o Governo do MPD promete a consolidação das actividades marítimas tradicionais, a promoção da competitividade, através de políticas de taxas moderadas, e a burocracia zero.
 
Dizer que as economias marítimas constituem o motor do desenvolvimento económico de são Vicente, não é novidade, porém o que importa de facto, é a capacidade de potencializar, economicamente esse recursos no sentido de, efectivamente, conseguir ganhos para o povo de São Vicente.
 
Em São Vicente, o então governo do PAICV, cedo deu conta da importância da FRESCOMAR no desenvolvimento económico da ilha e consequentemente de Cabo Verde, e prontificou a apoiar e incentivar o desenvolvimento da empresa. 
 
Por outro lado, a FRESCOMAR vem cumprindo com os compromissos que assumiu com o Estado, segundo os dados evidentes, vem triplicando o estabelecido quanto à capacidade de produção.
 
A FRESCOMAR é uma Empresa que se tem destacado pelo percurso extraordinário que tem feito, nomeadamente garantindo emprego a centenas de pessoas e contribuindo para o grande aumento da exportação de bens, nos últimos anos.
 
Vejamos o nível de empregabilidade conseguido de 2007 ao início de 2016:
 
ANO/EMPREGADOS
 
2016* 2015 2014 2013 2012 2011 2007
1.130 1.154 850 835 566 643 70
 
A movimentação financeira da empresa é significativa para a economia do pais e de São Vicente pois, ronda os 61,5 milhões de euros o seja, 6.783,48 mil contos. 
 
As perspectivas serão boas se o governo do MPD retomar a atenção devida que o governo do PAICV vinha dando à FRESCOMAR pois o que constatamos é que, neste momento, a empresa está a enfrentar alguns desafios e já fez saber isso mesmo ao Governo, apresentando algumas propostas e fazendo algumas solicitações, de entre as quais a tarifa especial para a energia e para a movimentação de contentores e a isenção do IVA nas trocas comerciais entre empresas no sector das pescas.
 
Seria uma grande oportunidade para o Governo começar a cumprir com o que prometeu, respondendo com ações concretas, a bem da economia da Ilha e protegendo as centenas de postos de trabalho que essa empresa garante.
 
Perguntamos ao governo o porquê de tanta demora na resolução do desembargo da obra para construção de uma Unidade Fabril de Produção de Farinha de Peixe, sabendo que o estudo do impacto ambiental foi submetido desde o mês de Agosto.
 
Esta é uma obra que pode gerar mais 300 novos empregos (directo e indirectos) só em São Vicente. Porque adiar a resolução desta situação. A população de São Vicente e os jovens de São Vicente não podem esperar mais por este governo que, apesar de todas as promessas, ainda, sequer consegue dar continuidade ao bom trabalho que se vinha fazendo nesta área. 
 
E os empresários aguardam, com expectativa, os impactos da prometida reforma fiscal, que passam, também, pela taxa "0" para micro, pequenas e médias empresas, pela redução do IVA nas operações hoteleiras e pela diminuição do IRPC.
 
È caso para dizer que este governo não consegue gerir a transição política de governação do país, porque o seu foco está centrado na politização da administração pública.
 
É caso para dizer que sim. As promessas foram muitas, mas as respostas têm chegado a conta-gotas.
 
Para terminar peço, encarecidamente a todos os deputados, eleitos pelo círculo eleitoral de São Vicente, os deputados do MPD, os deputados do PAICV e os deputados da UCID que, sem cor partidárias, juntemos as nossas vozes para pedir ao Sr. Primeiro-Ministro que olhe, sim, para os lados e que veja para São Vicente.

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