Sob o signo de mudança e de soluções milagrosas, o MPD ganhou as eleições em São Lourenço dos Órgãos com o compromisso de fazer mais e melhor para a população local. Porém, hoje, volvido um ano, em jeito de balanço, o PAICV e a população concluem que foi um ano de desilusão, de triste memória, de desperdício, de penúria e de retrocesso em todos os domínios para o Município de São Lourenço dos Órgãos. As promessas eleitorais não passaram de meros trampolins para se conseguir o poder.
O Sr. Presidente da Câmnara e a sua equipa trairam e envergonharam os Lourentinos, com um estilo autoritário, irresponsável e prepotente, como tem vindo a gerir e a desbaratar os ganhos alcançados pela governação do PAICV.
Os problemas que, antes, elegeram como prioridades da governação, nomeadamente o desemprego, desencravamento das localidades, habitação social, transporte escolar, apoios socioeducativos, a residência estudantil, o estádio municipal, etc, foram esquecidos, em detrimento dos compromissos obscuros desta equipa liderada pelo Sr. Carlos Vasconcelos.
Tanto é que, logo após à tomada de posse, à margem das competências da Assembleia Municipal, a Edilidade distribuiu – tacho - a todos os seus vereadores, sem se importar com o sentido da deliberação desse órgão, quanto menos com a conjuntura económica e financeira do município.
Ainda inspirados no lema: ‘’JUNTOS SOMOS MAIS FORTES’’, direccionaram essa força de forma abusiva, aniquilando os direitos adquiridos dos trabalhadores da câmara municipal, tendo, inclusive, deliberado unanimemente pelo despedimento colectivo dos mesmos.
Sem visão e nem experiência de gestão, encomendaram e aprovaram um plano de actividades e um orçamento superavit, com cerca de 10 mil contos de receitas a mais que despesas, e mesmo assim procederam cortes salariais dos funcionários, onde muitos passaram a receber menos que o valor da factura mensal da água que sofreu um aumento exponencial no município.
Ora, o desmando toma um ritmo e proporção preocupante! Recentemente, um grupo de funcionários foi despedido por via telefónica, e ao mesmo tempo contrataram, de uma forma intransparente e às escondidase, nove novos trabalhadores, no momento que alegam o execesso de pessoal na Câmara e sufoco financeiro.
Portanto, se não houver a intervenção das autoridades competentes, certamente que, nem o nosso emblemático e gigante ‘’Pico de Antónia’’ fica imune de desmoronamento desta equipa.
Inseguro do apoio do seu partido e consciente da indignação, da frustração e dos danos que provocou à população local, vem prematuramente anunciar a sua recandidatura em 2020. É um absurdo. A edilidade sequer lembrou-se que na democracia o poder é emanado do povo, e que, por isso, deveria se coibir desse ar de arrogância e de apego ao poder pelo poder, quando se espera o seu empenhamento na resolução dos problemas gritantes do município que ora se agravam com o mau ano agrícola, em que os criadores se mostram desesperados face à demora na implentação do anunciado plano de emergência para fazer face à conjuntura atual.
Os subsistemas de ensino, mormente o básico e secundário e, sobretudo, as famílias se colocam numa situação muito dificil por falta de apoios financeiros e socioeducativos no quadro das suas responsabilidades educativas.
O PAICV recomenda à actual equipa camarária, liderada por Carlos Vasconcelos, a reformular os compromissos firmados com o município, estancando as vergonhosas perseguições politicas, bem como as penosas medidas impopulares que avassalaram a tranquilidade e o bem-estar das famílias lourentinas.
O PAICV recomenda ainda uma gestão camarária democrática e criativa, que estimule e valorize todas as capacidades humanas dessa instituição e ajeitá-las ao serviço do desenvolvimento local, sem nunca perder o foco nas potencialidades endógenas da região que poderão ser transformadas em rendimentos para as famílias de São Lourenço.
São Lourenço dos Órgãos, aos 25 de Outubro de 2017
José António Neves - Primeiro Secretário e Líder da Bancada do PAICV