“Uma gestão atabalhoada, atrapalhada e até desrespeitosa!” É assim que a Líder do Grupo Parlamentar do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (GP-PAICV) classifica a atitude do Governo, que acaba de formalizar um contrato de gestão com a Loftleidir Icelandic, tendo, por base, um plano de negócios acordado entre as partes.
Cansada de tanta intransparência e secretismo, Janira Hopffer Almada defende que “negócios que têm a ver com recursos que são de todos os cabo-verdianos” exigem, no mínimo a “divulgação do contrato de gestão e quais os direitos e deveres das partes”.
“O que é que a Icelandair vai garantir aos cabo-verdianos? Que garantias é que foram prestadas ao Estado de Cabo Verde neste contrato? Que ganhos concretos foram garantidos ao país? Em que medida os interesses dos cabo-verdianos foram protegidos? Quantos trabalhadores irão ser despedidos?” interroga a Líder do PAICV para quem “estamos, claramente, perante uma situação obscura onde tudo indica que há grupos económicos determinados que estão a ser protegidos, em detrimento dos interesses do país e dos cabo-verdianos, em geral”.
Aliás, o PAICV, que não entende “como é que se pode gerir um recurso estratégico do país desta forma”, também tem dúvidas se os meandros deste negócio não englobam o Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, na Ilha do SAL e a Cabo Verde Handling.
A Líder Tambarina estranha, ainda, a queda do anterior Conselho de Administração da ASA, às vésperas da assinatura do contrato de gestão para as operações internacionais dos TACV, e a nomeação de um novo PCA, por coincidência, alguém que há pouco tempo foi assessor do Ministro das Finanças, Olavo Correia, e esteve a gerir todo o processo de privatizações.
O que, no mínimo, levanta suspeições se esse novo PCA não terá sido “enviado” para a Asa para facilitar a entrega dessa Empresa e dos aeroportos a determinados grupos económicos.