“Há um grande desânimo, muito desalento, desconfiança e uma profunda defraudação dos cabo-verdianos, com relação aos atuais governantes e suas políticas”. É assim que o Deputado Rui Semedo classifica o atual estado da Nação, às vésperas do debate, no Parlamento, que começa, nesta Segunda-Feira.
Rui Semedo vai mais além e acusa este Governo de ser “muito rápido na falação, muito lento nas decisões, muito diligente na propaganda e implacável na condenação do outro, além de, ser nulo nos resultados”.
Face ao enorme leque de promessas feitas, por altura das campanhas eleitorais, Rui Semedo diz que as respostas tardam e não chegam e a impaciência já é grande. “O país continua a não crescer a sete por cento ao ano, conforme o prometido, há mais desemprego, o salário não aumenta, as carreiras não são totalmente desbloqueadas e há ameaças de manifestações e de greves por diversos extratos profissionais, em virtude da falta de medidas no domínio social“, destacou.
Outra preocupação do PAICV tem a ver com a qualidade da democracia face a “sinais claros que indicam alguma degradação do nível de qualidade da nossa democracia”.
Para o eleito tambarina, não só, a democracia tende a regredir, mas também, a liberdade de imprensa está a perder terreno, “fruto de uma atitude diferente do poder político em relação aos órgãos de Comunicação Social e aos profissionais do setor público da Comunicação Social”.
Rui Semedo vê ainda, ameaças em relação a um grande capital do país, nos últimos anos de governação, que é transparência, originada pela falta ou alguma resistência em fornecer informações, por parte do Governo, designadamente à Oposição. Como um dos “exemplos flagrantes”, citou a tentativa da Maioria de silenciar a Oposição, no Parlamento, ao impedir a constituição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, de caráter obrigatório.