INTERVENÇÃO DA PRESIDENTE E LÍDER PARLAMENTAR DO PAICV, EM ASSOMADA

ACTO COMEMORATIVO DO DIA 5 DE JULHO, EM ASSOMADA
 
Distintas Personalidades Políticas 
 
Muito estimados Combatentes da Liberdade da Pátria
 
Ilustres Representantes das forças vivas da Nação 
 
Caras e caros camaradas, Militantes, Amigos e Simpatizantes do PAICV
 
Comemorar o dia 5 de Julho de 195, data ímpar de Cabo Verde, reveste-se de elevado alcance para as cabo-verdianas e cabo-verdianos lá onde se encontrem. E para o PAICV, como portador do legado histórico dos feitos da luta pela independência nacional, a data tem um significado muito especial. 
 
Protagonizada por Amílcar Cabral, a luta libertadora conduziu-nos à plena emancipação política a 5 de Julho de 1975, com o consentimento de inúmeros sacrifícios, inclusive da própria vida, por parte de grandes patriotas.
 
Bem-haja os Camaradas Combatentes da Liberdade da Pátria, com um profundo sentimento de respeito e de homenagem à memória de quantos deixaram o nosso convívio, bem como àqueles que partilham connosco e nos legam as suas lembranças da gesta da libertação nacional, para nos dizerem que a sua luta patriótica valeu a pena.
 
Para exaltar o dia de hoje, o PAICV achou por bem não se ficar pelo formalismo da sessão especial da Assembleia Nacional! O PAICV achou que seria importante proporcionar aos seus militantes, simpatizantes e amigos, algo mais apropriado para comemorar esse sentimento que o Dia 5 de Julho causa ao nosso peito e à nossa alma. O PAICV achou que seria um momento propicio para relembrar o passado e nos inspiramos para o futuro!
 
Caros Camaradas,
 
O que o nosso país é hoje como país independente, senhor dos seus destinos, com um Estado de Direito Democrático estruturado e instituições a funcionarem, não é produto do acaso. O PAICV, assumidamente herdeiro natural do legado do PAIGC, da obra e do pensamento de Amílcar Cabral, tem responsabilidades maiores na data da independência nacional, em toda a sua dimensão histórica. 
 
Por mais que certas veleidades queiram negar - o que compreendemos, dado que não dispõem de referenciais de elevada carga simbólica - o PAICV tem responsabilidades inquestionáveis no percurso político contemporâneo do nosso país, pelo que, com toda a convicção e sólida sustentação, afirmamos  que é o partido da independência nacional, da democracia e da construção do Cabo Verde do futuro.
 
Pronunciamentos sobre a independência nacional surgiram desde os primórdios dos séculos XVII, XVIII e XIX, para além das conhecidas revoltas de escravos e outras manifestações de insurreição contra o poder político colonial instituído.
 
E é nessa dialética de conjunturas que Amílcar Cabral foi encontrar os elementos-força da sua análise e da formatação do seu pensamento patriótico, na profundeza dos mais nobres sentimentos da cabo-verdianidade como entidade e identidade cultural e política, na revindicação do seu pleno direito à autodeterminação e independência. 
 
É com orgulho que rememoramos as revoltas de Achada Falcão, Ribeirão Manuel, Achada Portal, Engenhos, Tomba Toro, na ilha da Boa Vista, do Paul em Santo Antão, do Capitão Ambrósio em S. Vicente e tantas outras, bem como o nosso especial interesse pela independência do Brasil. 
 
É com particular sentido de análise que procuramos conhecer a persistência de 4 séculos de escravatura no moldar da nossa especificidade e identidade.
 
A nossa análise às causas das grandes mortandades que assolaram o povo das ilhas durante séculos, vai para além das secas cíclicas, para ser centrada no completo abandono a que as ilhas foram votadas. 
 
É assim que milhares e milhares de cabo-verdianos partiram para os Estados Unidos da América, Senegal, Costa do Marfim, Angola e outros países africanos irmãos, e em grande êxodo para a Europa na década de 60 do século passado.  
 
Com particular interesse, sem conformismos, o PAICV avalia a brutalidade com que era perseguido, preso e torturado, todo aquele que no seu patriotismo ousasse questionar ou rebelar-se contra as arbitrariedades das autoridades coloniais. 
 
Camaradas!
 
Por tudo isso, e muito mais, devemos orgulhar-nos da luta de libertação nacional e daqueles que, na frente da luta armada e na frente da luta clandestina, sob a magistral condução de Amílcar Cabral, construíram inúmeras e brilhantes vitórias sobre o poderio colonial e fascista, galvanizando, deste modo, os anseios, as aspirações e o profundo sentimento de pertença das cabo-verdianas e cabo-verdianos à Nação, para reivindicarem e, a seu tempo, proclamarem a independência do seu país no dia da chegada da Hora Grande a 5 de Julho de 1975. 
 
Mas fomos para além do 5 de Julho de 1975, para ser dado sentido e razão à independência nacional. Soubemos edificar o Estado, funcionando de pleno direito no concerto das Nações, ao serviço do povo de Cabo Verde.
 
Soubemos elevar Cabo Verde a Estado de Direito Democrático, com amplas liberdades, direitos e deveres do cidadão para, no exercício da democracia e da plenitude da cidadania, assumir e responsabilizar-se pelos seus destinos.
 
Mas o PAICV não se deteve no tempo, dada a sua vocação última que é a de prosseguir o permanente desenvolvimento humano de Cabo Verde, assente em princípios e valores universais sagrados, levantando bem alto as bandeiras sociais que sempre amparou, desde 1956.
 
Estamos passando, neste momento, por novas provações, por desafios que mais uma vez temos de enfrentar com audácia e convicções, com espírito de luta e de entrega às grandes causas que sempre enobreceram o PAICV, para que honremos Cabral e seus companheiros da luta de libertação nacional, para que a independência nacional seja sempre enaltecida nos mais nobres princípios e valores da dignidade cabo-verdiana. 
 
Camaradas e Amigos do PAICV!
 
Os Combatentes da Liberdade da Pátria costumam dizer-nos que ainda são combatentes!
 
Isto quer dizer que a nossa luta é escrutinada por eles!
 
Eles desejam saber se estamos sabendo honrar os compromissos e os sacrifícios por que passaram, para que hoje estejamos nesta sala numa exaltante partilha do grande significado da Independência Nacional e das responsabilidades que sobre nós impendem.
 
Comemorar este dia é levantarmos bem alto o nosso ego em torno dos mais nobres ideais do PAICV à justiça, à paz e ao desenvolvimento, com camaradagem, solidariedade e profundo sentimento patriótico!
 
Orgulhemo-nos deste memorial  do PAICV e do belo legado com que os Combatentes da Liberdade da Pátria nos presenteiam!
 
VIVA A INDEPENDÊNCIA NACIONAL!
 
VIVA O PAICV!
 
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