Os Deputados do Grupo Parlamentar do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (GP-PAICV) estiveram, hoje de manhã, no Porto da Praia para se inteirarem melhor da situação dos estivadores em greve, há nove dias, e por tempo interderminado.
Tudo porque a entidade patronal, a Enapor, teima em não retornar ao horário de trabalho em vigor há mais de 40 anos, atitude que segundo o Presidente do Sindicato da Indústria Geral, Alimentação, Construção Civil, Agricultura, Serviços e Afins (SIACSA), Gilberto Lima, “prejudica financeiramente os trabalhadores”.
Gilberto Silva lamenta também, profundamente, a atitude do actual Governo que tem recorrido a pessoal em regime de lockout, prática proibida por lei, e acrescenta que a atual maioria tem sido incoerente nesta matéria. “Se eu estiver na oposição e sou contra a requisição civil não vou ficar a favor só porque cheguei ao Governo, mormente sabendo que tal medida só se justifica em situações extremas, o que não é o caso”, salientou.
Por sua vez, Rui Semedo, Vice-Presidente do PAICV e Deputado da Nação, avança que “esta não é a primeira greve a acontecer no país em que o Governo recorre à requisição civil em vez de primar pelo diálogo com os trabalhadores”.
Aliás, esta falta de predisposição para o diálogo preocupa sobremaneira o eleito tambarina, sendo certo que “os trabalhadores são o pilar mais importante no processo de transformação e modernização do país”.
Por isso, “enquanto Deputados e representantes do povo não podemos ficar indiferentes perante qualquer reivindicação dos trabalhadores, pois é nosso dever estarmos próximos deles para ouvir, dialogar e pressionar o Governo no sentido de salvaguardar os seus direitos”, sentenciou.
