TACV: UM ANO DEPOIS SEM SOLUÇÃO À VISTA

O Grupo Parlamentar do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (GPPAICV) encontrou-se, na tarde de hoje, 21 de Março, com os Membros do Conselho de Administração dos Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV), chefiados por José Luís Sá Nogueira.
 
Tal visita enquadra-se na preparação da interpelação, que terá lugar na Sessão Parlamentar que se inicia a 27 de Março, sobre o Sector dos Transportes.
 
De acordo com as declarações da Líder Parlamentar do PAICV, Janira Hopffer Almada, à saída do encontro, a situação dos TACV é deveras preocupante. “Para já, concluímos que muito daquilo que se tem dito não corresponde à verdade, caso da propalada transferência de 300 mil contos por mês, que o Ministro das Finanças disse que se fazia, na Governação do PAICV, mas que não está refletida nas contas, conforme informação prestada pelo próprio Conselho de Administração da Companhia”, avançou.
 
Neste momento, a questão que se coloca prende-se, impreterivelmente, com as melhorias prometidas e que deveriam ser introduzidas, em regime de urgência, pelo actual Conselho de Administração, prestes a completar um ano de mandato. A propósito, os Deputados do PAICV puderam constatar que não há um plano de reestruturação, não existe uma estratégia e, pior, o Conselho de Administração não tem qualquer conhecimento e nem assume nenhum mandato em matéria de privatização da Empresa. “O país não pode continuar a ser governado desta forma, mediante uma gestão corrente, sem uma direção, sem uma visão, sem planificação, sem se saber para onde se vai e qual o caminho a percorrer”, desabafou a Líder do PAICV. 
 
Quanto às afirmações do Ministro das Finanças, Olavo Correia, Janira Hopffer Almada desafiou-o a falar a verdade aos cabo-verdianos, assumindo publicamente que “até Setembro de 2016 injetou-se cerca de 164 mil contos por mês nos TACV, para além de, até à presente data, os TACV terem já procedido à emissão de obrigações, no valor de 450 mil contos e à contração de um empréstimo, no valor de 200 mil contos, ambos com o aval do Estado, totalizando 650 mil contos”.
 
Sendo assim, um ano depois, a Líder Parlamentar do PAICV vê-se obrigada a concluir que praticamente, nada mudou, uma vez que, “todos os dias temos notícias de voos que são cancelados, não se fala de melhorias, não se sente a reestruturação e a questão da privatização já foi arquivada”. 
 
De lamentar, ainda, o facto de alguns jornalistas terem sido “barrados” e impedidos de entrar no Edifício dos TACV,  na altura em que iam recolher imagens do encontro, o que suscitou a seguinte reação da Líder Tambarina:  “É mais um episódio grave, já que estamos a falar  de uma empresa pública, que deveria dar o exemplo ao nível do acesso às informações, de transparência na gestão, de promoção da liberdade de imprensa, quanto mais em se tratando da cobertura jornalística de uma  questão que é de relevante interesse público”.                             
    

Comentar


Código de segurança
Atualizar