A semana finda estivemos, durante a visita ao nosso círculo eleitoral, em contactos institucionais e com as comunidades para analisarmos a situação socioeconómica, com especial ênfase na questão do ano agrícola, nos três municípios da Ilha do Fogo.
Estivemos em São Filipe, Mosteiros e Santa Catarina. A situação é deveras preocupante. Carece de uma intervenção urgente do Governo e das Câmaras Municipais na resposta, conjunta, às famílias, aos “Homens” do campo e aos criadores de gado.
O prenúncio de mais um mau ano agrícola é por demais evidente que já deveríamos estar com um plano de mitigação dos efeitos do mau ano agrícola em acção. Há famílias a sofrer neste momento e sem as condições mínimas de levar a “panela ao lume”. É preciso agir em tempo útil e de forma assertiva.
Esperamos que o Governo não exclua, mais uma vez, a ilha do Fogo do Plano de emergência para o combate aos efeitos da seca, sobretudo no município dos Mosteiros onde há zonas que (ainda) sequer choveu este ano.
Auscultamos as PESSOAS e as suas preocupações.
Vimos a situação crítica porque passam algumas famílias.
Ouvimos relatos difíceis de jovens, formados, que aguardam melhores oportunidades para um emprego digno.
Assistimos ao desespero de criadores de gado que reclamam uma solução com a “praga” dos cães, dito, “vadios”.
Ouvimos agricultores das zonas altas da ilha a reclamar da necessidade da redução do preço da água para agricultura e pecuária que, em muitas e determinadas situações, agravou.
Vimos vendedeiras, comerciantes e ambulantes aflitos por não poderem escoar os seus produtos da ilha, Tudo por falta de ligação marítima inter-lhas.
Enquanto Deputados da Nação, eleitos pelo círculo eleitoral do Fogo, solidarizamos com estas famílias e prometemos tudo fazer para inverter este ciclo.
Por isso apelamos à união de todos os políticos da ilha do Fogo para juntos, reclamarmos mais e melhor para a nossa ilha:
1) mais e melhor atenção para com a ilha do Fogo no próximo Orçamento do Estado;
2) mais e melhor atenção para os sectores tidos como estratégicos para o desenvolvimento da Ilha, quais sejam a Agricultura, a Pecuária, a Pesca e o Turismo;
3) mais e melhores oportunidades para os jovens da Ilha do Fogo;
4) mais e melhores ligações marítimas e aéreas de e para com a ilha.
Fica o nosso compromisso abnegado, como deputados do PAICV, de exigir o cumprimento das promessas de campanha feitas em 2016 pelo actual Governo, pelo que no âmbito do Orçamento do Estado para 2020, que vai ao debate no próximo mês de Novembro, iremos exigir e reclamar mais investimentos e uma discriminação positiva para com a ilha do Fogo. Ilha que tem sofrido, e muito, o impacto negativo do (des)investimento ocorrido nos últimos 3 anos e meio desta Governação.
Nuias Silva e Eva Ortet -Deputados do PAICV, eleitos pelo Círculo Eleitoral do Fogo