O Grupo Parlamentar do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (GP-PAICV) realizou hoje, através do Vice-Presidente da Bancada, Rui Semedo, o balanço das Jornadas de preparação da Sessão de Julho que vai ser essencialmente dedicada ao Estado da Nação.
Para o PAICV a Nação encontra-se “consternada” com o desaparecimento de pessoas e as mortes, por falta de socorro, nas evacuações inter-ilhas e pelo desfecho doloroso, trágico e dramático do caso Edvânia.
Em razão de todos estes acontecimentos trágicos Rui Semedo considera que a Nação encontra-se “dirimida e angustiada por falta de respostas do governo para devolver o ânimo, a esperança e o sossego às pessoas”.
Por obra da “violação de direitos sindicais, perseguição e represálias às pessoas que fazem recurso à greve para reivindicarem os seus direitos e por acções ostensivas para evitar e impedir manifestações, por atentados à liberdade, no geral, e à liberdade de imprensa, mediante perseguição a jornalistas e tentativas expressas de instrumentalização dos profissionais da Comunicação Social, tentativas de manipulação dos Órgãos de Comunicação Social, principalmente os públicos”, o Vice-Presidente do PAICV considera que a Nação está “reprimida”.
A Nação está também “desesperançada”, considera Rui Semedo, e justifica dizendo que as “pessoas estão a passar por grandes dificuldades, abandonadas à sua sorte neste mau não agrícola e numa situação cada vez mais difícil, os estudantes sem apoios e sem bolsas de estudos, os jovens, sem emprego e sem perspectiva de futuro, as famílias abandonadas à sua sorte e crianças desprotegidas”.
“Os discursos desencontrados dos governantes, a política externa sem norte e sem a coerência necessária para o desenvolvimento do país, o aumento da percepção de corrupção, o desmantelamento dos transportes aéreos nacionais, a falta de transparência nos principais negócios do Estado e uma confusão estranha entre os interesses privados e públicos” levaram ainda o Dirigente Tambarina a concluir que “o orgulho da Nação está ferido e a sua credibilidade, beliscada”.
Uma outra matéria analisada por Rui Semedo tem a ver com do situação dos TACV que, de momento, encontra-se “sem aviões, a acumular prejuízos, a abandonar os seus passageiros em diversos destinos do mundo, a romper com a estratégia de desenvolvimento das ilhas e a ser impedido de voar para alguns destinos, situação muito grave e que nunca acontecera antes”.
Sobre a sondagem da Pitagórica Rui Semedo salienta que ela nos deixa uma “pista clara”, traduzida no facto de, em dois anos, o MpD ter perdido 10 pontos percentuais, evidenciando que em caso de eleições, neste momento, o partido no poder não teria a maioria absoluta. “Isto é demonstrativo que os níveis de credibilidade e de confiança no MpD estão a baixar, a ponto de deixar de ter maioria, suficiente, para governar”, frisou.